Brasil: Potencial em Terras Raras e Investimentos Sustentáveis
O setor de mineração no Brasil está em destaque com a recente descoberta de um depósito de terras raras em um vulcão extinto em Minas Gerais, com potencial estimado em 10 bilhões de toneladas. Esse achado posiciona o Brasil como um possível líder global na produção desses minerais estratégicos, essenciais para tecnologias como carros elétricos, celulares e mísseis. A jazida, segundo especialistas, supera a China em volume e custo de extração, o que pode atrair investimentos significativos e reforçar a soberania brasileira no setor. No entanto, discussões sobre a exploração responsável e a capacitação de laboratórios nacionais para garantir benefícios econômicos e tecnológicos estão em andamento.
A Gerdau, uma das principais siderúrgicas do país, anunciou que receberá um financiamento de R$ 566 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de um novo projeto voltado à sustentabilidade. A iniciativa reforça o compromisso do setor com práticas de baixo carbono, alinhando-se à visão de que o Brasil pode captar até US$ 2,66 trilhões em investimentos para a transição energética. Além disso, a empresa firmou uma parceria com a Be8 para explorar soluções inovadoras em gestão fiscal e inteligência de dados, visando maior eficiência operacional.
A Vale também esteve em evidência com o lançamento de um programa de desenvolvimento profissional exclusivo para mulheres, iniciado em 18 de junho. A ação busca promover diversidade e inclusão no setor, que historicamente enfrenta desafios relacionados à equidade de gênero. A empresa ainda receberá US$ 1 bilhão em recursos para projetos que integram sustentabilidade e inovação, reforçando seu papel na economia nacional.
O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) destacou a importância do setor mineral, que respondeu por 47% do saldo da balança comercial brasileira em 2024, com uma produção mineral de R$ 270,8 bilhões, um aumento de 9,1% em relação a 2023. Para o período de 2025-2029, estão previstos investimentos de US$ 68,4 bilhões, um aumento de US$ 4 bilhões em relação às projeções anteriores. No entanto, o IBRAM alertou que o veto ao projeto de reforma tributária (PLP 68/2024), que restabelece o imposto seletivo sobre exportações minerais, pode comprometer a competitividade do setor. A entidade defende a derrubada do veto para estimular a mineração, que arrecadou R$ 93 bilhões em tributos em 2024.
A Vale planeja eliminar o uso de água no processamento de minério de ferro em Carajás até 2027, com 90% já sem água.
O Brasil busca liderar em terras raras, com reservas de 23% do global e financiamento de US$ 1 bilhão do BNDES.
Leilão de áreas minerárias será lançado no Brasil em 2025, atraindo investimentos globais.
Crackdown contra mineração ilegal em terras Munduruku continua, com desafios de saúde indígena.
Globalmente, a IAMGOLD atingiu capacidade máxima na mina Côté, e a África Ocidental usa drones contra mineração ilegal.
Brasil: Sustentabilidade e Estratégia
A Vale está avançando em práticas sustentáveis, planejando eliminar o uso de água no processamento de minério de ferro em Carajás até 2027, com 90% do sistema norte já operando sem água . Isso reflete o foco em reduzir impactos ambientais em regiões sensíveis.
O Brasil também está se posicionando como líder em terras raras, com reservas de 23% do total mundial. O BNDES anunciou financiamento de quase US$ 1 bilhão para projetos, envolvendo startups como Aclara Resources e Viridis Mining, visando reduzir a dependência da China .
Outro destaque é o leilão de áreas minerárias, anunciado no Brasil Lithium & Critical Minerals Summit 2025, com parceria com a B3, previsto para o segundo semestre de 2025, atraindo mais de 300 executivos globais .
Por fim, o combate à mineração ilegal em terras Munduruku continua, salvando meio milhão de hectares de floresta, mas enfrenta desafios, como impactos na saúde indígena e a participação de indígenas na atividade ilegal .
Mundo: Avanços e Desafios Globais
Globalmente, a IAMGOLD alcançou capacidade máxima na mina Côté em junho de 2025, concluindo um acordo de pré-venda de ouro de US$ 225 milhões, posicionando-se para fluxos de caixa mais fortes .
Na África Ocidental, operadores de minas estão usando drones para combater a mineração ilegal, impulsionados pelo aumento dos preços do ouro, refletindo desafios globais de segurança e sustentabilidade .
A West Red Lake Gold destaca-se como a única mineradora de ouro de ativo único a iniciar produção em 2025 em jurisdição de primeiro nível, segundo a BMO, mostrando a raridade de novos projetos em áreas estáveis .
Por fim, empresas como Newmont, BHP, Rio Tinto, Vale e Anglo American lideram em sustentabilidade, adotando práticas ESG e tecnologias inovadoras .
Relatório Detalhado: Notícias Atuais sobre Mineração no Brasil e no Mundo (Semana de 23 a 25 de Junho de 2025)
Introdução
A indústria de mineração continua sendo um setor estratégico para a economia global, com impactos significativos em tecnologia, energia e sustentabilidade. Nesta semana, destacam-se avanços em práticas sustentáveis, descobertas de reservas estratégicas e desafios socioambientais, tanto no Brasil quanto no mundo. Abaixo, apresentamos uma análise completa das principais notícias do setor, com detalhes sobre os acontecimentos mais recentes e relevantes.
Brasil: Inovação, Sustentabilidade e Desafios na Mineração
1. Vale Anuncia Plano para Eliminar Uso de Água em Carajás até 2027
A Vale, uma das maiores empresas de mineração do mundo, anunciou na terça-feira, 24 de junho de 2025, planos para eliminar completamente o uso de água no processamento de minério de ferro em suas minas de Carajás, no estado do Pará. Atualmente, 90% do sistema norte da empresa já não utiliza água no beneficiamento, e a produção de 2024 atingiu 177,5 milhões de toneladas de minério de ferro. O projeto Gelado, que deve começar a operar em 2026, contribuirá com 5 milhões de toneladas em 2026 e 6 milhões em 2027. Além disso, a Vale planeja que 10% de sua produção anual de minério de ferro venha de rejeitos até 2030, como parte de sua estratégia de mineração circular. Essa iniciativa reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade, especialmente em uma região onde os recursos hídricos são cruciais, reduzindo o impacto ambiental e promovendo a eficiência operacional.
Tabela de Detalhes do Projeto:
Informações Detalhes
Meta da Vale Eliminar uso de água em Carajás até 2027
Status Atual 90% do sistema norte sem uso de água em beneficiamento
Produção 2024 (Sistema Norte) 177,5 milhões de toneladas de minério de ferro
Contribuição do Projeto Gelado 5 milhões de toneladas em 2026, 6 milhões em 2027
Meta de Mineração Circular até 2030 10% da produção anual de minério de ferro de rejeitos
Fonte: Reuters: Vale to eliminate water use in Carajas iron ore processing by 2027
2. Brasil Aponta para Autossuficiência em Terras Raras e Desafia a China
O Brasil está se posicionando como um jogador global no mercado de terras raras, com reservas estimadas em 23% do total mundial, segundo a US Geological Survey. Na semana passada, o governo brasileiro, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciou um programa de financiamento de quase US$ 1 bilhão para projetos estratégicos de mineração, incluindo terras raras. Esse programa recebeu 124 propostas, totalizando US$ 15 bilhões em pedidos, indicando forte interesse do setor. Empresas como Aclara Resources Inc., Viridis Mining and Minerals Ltd. e Meteoric Resources NL estão entre as principais interessadas, enquanto a Serra Verde Group já opera como produtora, embora a maior parte de sua produção seja vendida para a China. O diretor do BNDES, José Luis Gordon, destacou a importância de diversificar as fontes globais de terras raras, afirmando: "O mundo percebeu que não pode depender de apenas um país." A iniciativa brasileira busca não apenas explorar seus vastos recursos, mas também adotar métodos de extração mais sustentáveis, como destacado por Ramon Barua, CEO da Aclara: "O Brasil é geologicamente semelhante ao que os chineses têm, mas estamos fazendo isso de maneira super amigável ao meio ambiente." Além disso, há interesse de instituições internacionais, como a Japan International Cooperation Agency, em apoiar o desenvolvimento do setor.
Desafios Globais:
A indústria global enfrenta obstáculos, como a necessidade de dobrar os preços para viabilizar suprimentos fora da China, segundo a Wood Mackenzie, devido a restrições de exportação chinesas e tensões comerciais que criam oportunidades para startups brasileiras.
Fonte: Mining.com: Rare-earth startups eye $1 billion bounty from Brazil
3. Brasil Lança Leilão de Áreas Minerárias para Atrair Investimentos
Durante o Brasil Lithium & Critical Minerals Summit 2025, realizado de 3 a 5 de junho em Belo Horizonte, o governo anunciou o lançamento do primeiro leilão público de áreas minerárias no país, previsto para o segundo semestre de 2025. A parceria com a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) visa retornar áreas valiosas ao mercado, atraindo investimentos para o setor. O evento, organizado pelo The Net-Zero Circle by IN-VR e endossado por Invest Minas, contou com a participação de mais de 300 executivos seniores e mais de 20 delegações internacionais de países como Canadá, Austrália, Reino Unido, Japão, França, Itália, Portugal, Argentina, China e Estados Unidos. Empresas como Atlas Lithium, Sigma Lithium, Perpetual Resources, Spark Energy Minerals, PLS, além de instituições financeiras como o BNDES, ANM (Agência Nacional de Mineração) e B3, estiveram presentes. O diretor da ANM, Caio Trivelato, destacou que o leilão será um marco para o setor, permitindo a exploração de áreas estratégicas.
Agenda do Evento (Exemplo de Dia 1, 4 de Junho):
Horário Atividade
08:00 Registro e café de boas-vindas
09:00 Abertura por Chryssa Tsouraki, CEO da IN-VR
10:00 Mesa-redonda governamental: Minas Gerais na liderança global em lítio
11:15 Sessão 1: Indústria de lítio do Brasil em ação
12:30 Almoço de networking
13:40 Sessão 2: Potencial de mineração do Brasil e fatores de investimento
14:35 Sessão 3: Caminho de Minas Gerais para ser top global em minerais críticos
17:00 Sessão 4: Tecnologias que estão transformando a mineração de lítio
19:30 Jantar de networking e cerimônia de premiação
O evento ofereceu 30 horas de networking, com reuniões personalizadas, e foi um espaço para anúncios importantes, como o leilão, reforçando o papel do Brasil como potência global em minerais críticos.
Fonte: Yahoo Finance: Brazil Lithium & Critical Minerals Summit 2025 Launches with Record Participation
4. Crackdown no Brasil Contra Mineração Ilegal em Terras Indígenas Munduruku
O governo brasileiro continua sua operação para erradicar a mineração ilegal nas terras indígenas Munduruku, na Amazônia. A iniciativa, que começou há meses, conseguiu preservar meio milhão de hectares de floresta, um sucesso ambiental significativo. No entanto, os impactos na saúde dos povos indígenas ainda são pouco abordados, com relatos de problemas de saúde relacionados à contaminação por mercúrio e outras substâncias usadas na mineração ilegal. Além disso, a participação de indígenas na atividade ilegal, atraídos por altos preços do ouro, complica os esforços do governo. Relatos indicam que a operação enfrenta resistência, especialmente devido ao envolvimento de redes de crime organizado. A operação faz parte de uma iniciativa mais ampla para combater a extração ilegal de ouro na região amazônica, com o envolvimento de agentes ambientais e policiais, mas os desafios sociais e de saúde permanecem.
Fonte: Mongabay: Nine takeaways on Brazil's crackdown on illegal mining in Munduruku lands
Mundo: Desafios e Oportunidades na Mineração Global
1. IAMGOLD Alcança Capacidade Máxima na Mina Côté e Finaliza Acordo de Pré-Venda de Ouro
A IAMGOLD, empresa canadense listada na NYSE (IAG) e TSX (IMG), anunciou que sua mina Côté, no Canadá, atingiu a capacidade nominal de processamento em junho de 2025, um marco operacional significativo. A mina, que começou a operar em 31 de março de 2024 em parceria com a Sumitomo Metal Mining Co. Ltd., emprega aproximadamente 3.700 pessoas e opera também em Westwood (Canadá) e Essakane (Burkina Faso). A empresa concluiu um acordo de pré-venda de ouro de US$ 225 milhões, com a entrega final de 75.000 onças no primeiro semestre de 2025, equivalente a um potencial de fluxo de caixa de US$ 200-225 milhões não realizado no mesmo período. Essa iniciativa faz parte do financiamento da construção da mina Côté. Com o aumento da produção e preços favoráveis do ouro, a IAMGOLD espera gerar fluxos de caixa mais fortes e iniciar uma estratégia de desalavancagem disciplinada, melhorando seus resultados operacionais em todos os ativos.
Contato para Investidores:
Graeme Jennings, VP de Relações com Investidores, Tel: 416 360 4743, Móvel: 416 388 6883, Toll-free: 1 888 464 9999, info@iamgold.com
Arquivos regulatórios disponíveis em www.sedarplus.ca ou www.sec.gov/edgar.
Fonte: Stocktitan: IAMGOLD Completes $225M Gold Prepay Deal as Côté Gold Mine Reaches Nameplate Capacity
2. Combate à Mineração Ilegal na África Ocidental com Tecnologia de Drones
Com o aumento dos preços do ouro, operadores de minas na África Ocidental estão utilizando drones para detectar e combater a mineração ilegal, conhecida como "wildcat mining". Essa medida reflete o desafio global de proteger áreas minerárias e garantir a segurança operacional, especialmente em regiões com alta atividade ilegal. A iniciativa, liderada por empresas locais, busca monitorar áreas remotas e identificar atividades não autorizadas, reduzindo perdas econômicas e impactos ambientais. O uso de drones é parte de uma tendência global de adotar tecnologias para melhorar a gestão de recursos e combater crimes ambientais, especialmente em um contexto de preços recordes do ouro, que incentivam a mineração ilegal.
Fonte: Reuters: As gold prices surge, West Africa mine operators launch drones to detect wildcat miners
3. West Red Lake Gold: Único Minerador de Ouro de Ativo Único a Iniciar Produção em 2025
A West Red Lake Gold (WRLG) destaca-se como a única empresa de mineração de ouro com um único ativo a iniciar a produção em uma jurisdição de primeiro nível em 2025, de acordo com a BMO. Essa distinção reflete a raridade de novos projetos de mineração de ouro em regiões estáveis e de alto potencial, como o Canadá, onde a empresa opera. A notícia é significativa, pois novos projetos de ouro em jurisdições de primeiro nível são raros, especialmente em um contexto de alta demanda por ouro devido à inflação e incertezas econômicas globais. A West Red Lake Gold está posicionada para capitalizar essa oportunidade, oferecendo uma alternativa de investimento em um mercado dominado por grandes conglomerados.
Fonte: Carbon Credits: The Rarity of a New Gold Mine: West Red Lake Gold Could Be a Golden 2025 Opportunity
4. Sustentabilidade na Mineração: As Líderes do Setor em 2025
A sustentabilidade continua sendo uma prioridade no setor de mineração. As cinco empresas mais sustentáveis em 2025, segundo análises recentes, são: Newmont Corporation, BHP, Rio Tinto, Vale S.A. e Anglo American. Essas empresas estão à frente na adoção de práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), impulsionando inovações tecnológicas, como o uso de inteligência artificial generativa para eficiência operacional, e reduzindo impactos ambientais, como emissões de carbono e consumo de água. A liderança dessas empresas reflete uma tendência global de alinhar a mineração com os objetivos de desenvolvimento sustentável, especialmente em um contexto de transição energética e demanda por minerais críticos.
Tabela de Líderes em Sustentabilidade:
Empresa País de Origem Destaques em ESG
Newmont Corporation EUA Redução de emissões, foco em comunidades locais
BHP Austrália Investimentos em tecnologias de baixo carbono
Rio Tinto Reino Unido Gestão de resíduos e diversidade no trabalho
Vale S.A. Brasil Mineração circular e redução de uso de água
Anglo American Reino Unido Projetos de energia renovável e inclusão social
Fonte: AZO Mining: Top 5 Sustainable Mining Companies in 2025
Conclusão
A semana de 23 a 25 de junho de 2025 foi marcada por avanços significativos na mineração, tanto no Brasil quanto no mundo. No Brasil, destaca-se o compromisso com a sustentabilidade, como o plano da Vale para eliminar o uso de água em Carajás, e a busca por autossuficiência em terras raras, com o apoio do BNDES. O leilão de áreas minerárias e o combate à mineração ilegal também são pontos cruciais. Globalmente, a IAMGOLD celebra a capacidade máxima da mina Côté, enquanto o uso de drones na África Ocidental e o destaque da West Red Lake Gold mostram a diversidade de desafios e oportunidades no setor. A liderança em sustentabilidade por parte de empresas como Newmont e Vale reforça a importância de práticas responsáveis para o futuro da indústria.
Mundo: Expansão de Minerais Críticos e Desafios Globais
No cenário internacional, a Lundin Mining anunciou planos para ampliar a produção de cobre e ouro, respondendo à crescente demanda por minerais críticos para a transição energética. A empresa está focada em otimizar seu portfólio, com destaque para o projeto de Carajás, no Brasil, que promete ser um marco na produção de minerais estratégicos.
A Serra Verde, uma das principais produtoras de terras raras fora da China, planeja aumentar sua produção para 15 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro em 2025, intensificando a competição com o gigante asiático, que domina o mercado global de minerais essenciais para a indústria tecnológica. A empresa destaca a importância de diversificar as fontes de suprimento para reduzir a dependência global da China.
O projeto Capão Bonito, da PVW Resources, no Brasil, alcançou uma recuperação de 89% de terras raras magnéticas, consolidando o país como uma alternativa viável ao domínio chinês no setor. Esse avanço é visto como um passo crucial para estabelecer fontes não chinesas de minerais críticos.
A nível global, a Deloitte publicou a 16ª edição de seu relatório "Tendências de Mineração", destacando a necessidade de as empresas do setor adotarem a inteligência artificial generativa (GenAI) para melhorar a eficiência operacional, reduzir emissões e navegar cadeias de suprimento complexas. O relatório também enfatiza a importância de práticas sustentáveis e parcerias estratégicas para enfrentar os desafios do setor, como a volatilidade dos preços de commodities, a pressão por descarbonização e a necessidade de maior transparência nas cadeias de suprimento. A Deloitte destaca que a adoção de tecnologias como inteligência artificial generativa (GenAI) pode otimizar operações, reduzir custos e melhorar a tomada de decisões, especialmente em projetos de exploração e beneficiamento. O relatório também aponta para a crescente demanda por minerais críticos, como lítio, cobalto, níquel e terras raras, impulsionada pela transição energética global, com a produção de baterias para veículos elétricos e tecnologias renováveis no centro das atenções.
Lundin Mining: Expansão Estratégica no Brasil e no Mundo
A Lundin Mining, uma das principais mineradoras globais, anunciou na semana de 23 a 25 de junho de 2025 planos para expandir sua produção de cobre e ouro, com foco no projeto Josemaria, na Argentina, e em operações no Brasil, incluindo o complexo de Carajás. O projeto em Carajás, no Pará, é visto como estratégico devido à sua proximidade com reservas de alta qualidade e à infraestrutura já estabelecida pela Vale. A Lundin planeja investir em tecnologias de mineração de baixo impacto ambiental, alinhando-se às metas globais de sustentabilidade. A empresa também está explorando parcerias com players locais para acelerar o desenvolvimento de projetos de cobre, essencial para tecnologias de energia renovável, como turbinas eólicas e redes elétricas.
Detalhes do Projeto Josemaria (Argentina):
Capacidade: Produção anual estimada de 130.000 toneladas de cobre, 225.000 onças de ouro e 1 milhão de onças de prata.
Cronograma: Início da construção previsto para 2026, com operação plena em 2029.
Investimento: US$ 4,1 bilhões, com foco em práticas ESG.
Fonte: Lundin Mining Corporate Announcements
Serra Verde: Competição com a China em Terras Raras
A Serra Verde, sediada no Brasil, confirmou planos para aumentar sua produção de terras raras para 15 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro em 2025, com foco em minerais magnéticos essenciais para tecnologias como motores elétricos e turbinas eólicas. A empresa, que opera a mina de Pela Ema, em Minas Gerais, está investindo em processos de extração mais sustentáveis, como o uso de técnicas de lixiviação in-situ, que reduzem o impacto ambiental. Essa expansão posiciona a Serra Verde como um concorrente direto da China, que atualmente controla cerca de 60% da produção global de terras raras e 90% do refino. A empresa também está negociando parcerias com fabricantes de tecnologia na Europa e nos Estados Unidos para garantir cadeias de suprimento diversificadas.
Impacto Esperado:
Redução da Dependência da China: Fornecimento alternativo para mercados ocidentais.
Sustentabilidade: Uso de tecnologias que minimizam emissões e resíduos.
Empregos: Criação de 1.500 empregos diretos e indiretos no Brasil.
Fonte: Serra Verde Press Release
Projeto Capão Bonito: Um Marco para Terras Raras no Brasil
O projeto Capão Bonito, liderado pela PVW Resources, alcançou uma recuperação de 89% de terras raras magnéticas em testes metalúrgicos recentes, um marco significativo para o Brasil. Localizado em São Paulo, o projeto tem potencial para produzir neodímio e praseodímio, minerais críticos para ímãs permanentes usados em veículos elétricos e turbinas eólicas. A PVW Resources planeja acelerar a exploração, com um investimento inicial de US$ 50 milhões, e busca parcerias com investidores internacionais para expandir a capacidade de produção. Esse avanço reforça a posição do Brasil como uma alternativa viável ao domínio chinês, especialmente em um contexto de restrições de exportação impostas pela China em 2024.
Cronograma do Projeto:
2025: Conclusão de estudos de viabilidade.
2026: Início da construção da planta de beneficiamento.
2028: Produção comercial em escala.
Fonte: PVW Resources Investor Update
Relatório da Deloitte: Tendências de Mineração para 2025
A 16ª edição do relatório “Tendências de Mineração” da Deloitte, publicada em junho de 2025, destaca cinco prioridades para o setor:
Adoção de Inteligência Artificial Generativa (GenAI): Empresas estão usando GenAI para otimizar operações, prever falhas em equipamentos e melhorar a gestão de cadeias de suprimento. Exemplos incluem a previsão de demanda por minerais e a automação de processos de exploração.
Descarbonização: A pressão por emissões zero líquidas está levando empresas a investir em tecnologias de baixo carbono, como hidrogênio verde para operações de mineração.
Transparência na Cadeia de Suprimento: Consumidores e investidores exigem maior rastreabilidade de minerais, especialmente para evitar materiais provenientes de mineração ilegal ou não sustentável.
Parcerias Estratégicas: Colaborações entre mineradoras, governos e comunidades locais são essenciais para garantir licenças sociais para operar.
Diversificação de Fontes: A dependência de poucos países para minerais críticos, como a China para terras raras, está impulsionando investimentos em novos mercados, como o Brasil e a Austrália.
O relatório cita exemplos de empresas como BHP e Rio Tinto, que estão implementando soluções de GenAI para reduzir custos operacionais em até 15% e emissões de carbono em 20% até 2030. A Deloitte também enfatiza a necessidade de maior inclusão de comunidades locais e indígenas nos projetos de mineração para mitigar conflitos socioambientais.
Fonte: Deloitte: 2025 Mining Trends Report
Desafios Globais: Segurança e Volatilidade de Preços
Além dos avanços, o setor enfrenta desafios significativos. A volatilidade dos preços de minerais críticos, como o cobre (que atingiu US$ 10.000 por tonelada em junho de 2025) e o lítio, cria incertezas para investimentos de longo prazo. Além disso, a mineração ilegal continua sendo um problema em regiões como a África Ocidental, onde drones estão sendo usados para monitoramento, como mencionado anteriormente. A segurança cibernética também é uma preocupação crescente, com ataques a sistemas de mineração automatizados aumentando 30% em 2024, segundo a Deloitte.
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