Origem do Nome
O nome "crisotila" deriva do grego "chrysos", que significa ouro, e "tilos", que significa fibra. Essa denominação alude à cor dourada que algumas variedades do mineral podem apresentar, combinada com sua característica fibrosa.
Variedades
Embora o crisotila seja um mineral relativamente simples em sua composição básica, pequenas variações em sua estrutura cristalina e impurezas podem dar origem a diferentes variedades. As principais são:
- Clinocrisotila: A variedade mais comum, com estrutura cristalina monoclínica.
- Ortocrisotila: Menos comum que a clinocrisotila, com estrutura cristalina ortorrômbica.
- Paracrisotila: Outra variedade ortorrômbica, considerada um polimorfo do ortocrisotila.
História
A utilização do crisotila, ou amianto branco, como o era conhecido popularmente, remonta à antiguidade. Os romanos já utilizavam tecidos feitos com fibras de amianto para confeccionar roupas que podiam ser imunes ao fogo. No século XIX, com a industrialização, o crisotila ganhou ainda mais destaque, sendo amplamente utilizado em diversos produtos, como telhas, revestimentos, freios e materiais de isolamento térmico.
Composição Química
A crisotila é um silicato hidratado de magnésio, com fórmula química Mg₃Si₂O₅(OH)₄. Sua estrutura em camadas permite que as fibras se separem facilmente, conferindo ao mineral sua característica fibrosa.
Propriedades Físicas
- Dureza na escala de Mohs: 2,5 a 5,5
- Densidade relativa: 2,5 a 2,6 g/cm³
- Ponto de fusão: Decompõe-se antes de fundir
- Clivagem: Perfeita, paralela às fibras
- Fratura: Fibrosa
- Índice de refração: 1,53 a 1,55
- Cor: Geralmente branco, mas pode variar de verde-claro a amarelo-dourado
- Brilho: Sedoso nas fibras, vítreo nas massas compactas
- Transparência: Transparente a translúcido
Cristalização
O crisotila cristaliza no sistema monoclínico ou ortorrômbico, formando fibras longas e flexíveis. Essas fibras podem se agrupar em feixes ou massas compactas.
Localização Geográfica
O crisotila é um mineral relativamente abundante na crosta terrestre, sendo encontrado em diversos países, como Canadá, Rússia, Brasil, Zimbábue e África do Sul. No Brasil, as principais ocorrências estão localizadas nos estados de Goiás e Minas Gerais.
Utilização
Devido à sua alta resistência ao calor, à abrasão e a diversos agentes químicos, o crisotila foi amplamente utilizado em diversas aplicações industriais. No entanto, com o reconhecimento dos riscos à saúde associados à inalação das fibras de amianto, o uso do crisotila tem sido cada vez mais restrito em muitos países.
Usos anteriores:
- Indústria da construção: Telhas, revestimentos, tubulações e materiais de isolamento
- Indústria automotiva: Freios, juntas e materiais de isolamento
- Indústria química: Filtros e materiais de revestimento
- Têxtil: Confecção de tecidos resistentes ao fogo
A inalação das fibras de crisotila pode causar diversas doenças pulmonares, como asbestose, mesotelioma e câncer de pulmão. Por esse motivo, o uso do crisotila em muitos produtos foi banido ou severamente restrito.
Embora o uso do crisotila em muitas aplicações tenha sido proibido, ele ainda é utilizado em alguns países para a produção de produtos como cimento amianto. No entanto, a tendência é que seu uso seja cada vez mais restrito em todo o mundo.
O crisotila é um mineral fibroso com diversas propriedades interessantes, mas que também apresenta riscos significativos à saúde. O conhecimento de suas características e de seus usos ao longo da história é fundamental para compreender a importância da segurança no trabalho e a necessidade de buscar alternativas mais seguras para as diversas aplicações industriais.
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