O Quimbelito, também grafado como Kimberlito, é uma rocha ígnea fascinante e misteriosa, associada à possibilidade de conter diamantes. Embora muitos acreditem que seja um tipo específico de rocha, na realidade, é um grupo complexo de rochas que compartilham certas características distintivas. Vamos explorar mais profundamente esse fenômeno geológico e sua importância.
Formação dos Quimbelitos:
Os quimbelitos são formados por processos geológicos intrigantes que ocorrem a profundidades superiores a 150 km abaixo da superfície terrestre. Resultam da fusão parcial do manto terrestre, e durante sua ascensão em direção à crosta terrestre, podem transportar fragmentos de outras rochas e minerais, conhecidos como xenólitos e xenocristais. É esse transporte que pode trazer diamantes à superfície, desde que o magma se mova rapidamente o suficiente para preservar a estrutura do diamante.
Composição e Grupos:
Os quimbelitos apresentam uma composição complexa, sendo ricos em voláteis, principalmente dióxido de carbono. Podem conter uma variedade de minerais, incluindo olivina, ilmenita, granada, diopsídio, flogopita, enstatita e cromita. Esses minerais se combinam de maneiras únicas, resultando em diferentes tipos de quimbelitos.
Existem dois grupos principais de quimbelitos:
Grupo I: Estes são tipicamente ricos em dióxido de carbono e empobrecidos em potássio em comparação com o Grupo II. Um exemplo famoso é o quimbelito encontrado em Kimberley, na África do Sul.
Grupo II: Este grupo é tipicamente rico em água e apresenta uma matriz rica em micas, além de minerais como calcita, diopsídio e apatita. São conhecidos como quimbelitos lamprofíricos ou micáceos.
Ocorrências no Brasil:
Embora os quimbelitos tenham sido amplamente estudados em várias partes do mundo, no Brasil, sua pesquisa e exploração são relativamente recentes. Desde a década de 1970, foram identificados diversos quimbelitos em regiões como Minas Gerais, Goiás e Bahia. Empresas como a Sopemi, subsidiária do grupo sul-africano De Beers, tiveram um papel significativo nas descobertas iniciais. Mais tarde, na década de 1990, a Rio Tinto, utilizando técnicas avançadas de mapeamento geológico, descobriu outros corpos de quimbelitos nas mesmas regiões.
Conclusão:
O Quimbelito continua a ser um fenômeno geológico intrigante, oferecendo insights não apenas sobre os processos geológicos profundos que moldam nosso planeta, mas também sobre a presença de recursos valiosos, como os diamantes. Sua descoberta e estudo continuam a despertar o interesse de geólogos, mineradores e entusiastas de todo o mundo, enquanto desvendamos lentamente os mistérios que ele guarda.
Enquanto pesquisas e estudos adicionais são necessários para compreender completamente os quimbelitos e seu potencial, seu impacto na geologia e na indústria de mineração é inegável. O Quimbelito representa mais do que apenas uma rocha ígnea; é uma janela para os processos dinâmicos que moldam nosso planeta.
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