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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Mineração na Agenda Global: Temas Principais Debatedos na COP30 e no G20 de 2025




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 Em um ano marcado por avanços e tensões na transição para uma economia de baixo carbono, a mineração emergiu como um pilar central nas discussões internacionais. A COP30, realizada de 10 a 21 de novembro em Belém, no Pará, Brasil, e o G20, sob presidência sul-africana em Joanesburgo, de 22 a 23 de novembro, destacaram o papel dos minerais críticos — como lítio, níquel, cobre e terras raras — na descarbonização global. Esses eventos, ocorridos em nações ricas em recursos minerais, expuseram contradições: a necessidade urgente de matérias-primas para tecnologias verdes versus os impactos ambientais, sociais e econômicos da extração. Este artigo explora os principais temas debatidos, revelando como a mineração pode ser uma alavanca para a sustentabilidade ou um risco para comunidades vulneráveis.

COP30: Minerais Críticos e a Transição Energética Sustentável

A COP30, primeira conferência climática da ONU sediada na Amazônia, integrou pela primeira vez a mineração formalmente às negociações climáticas, marcando um "glaring gap" na agenda de energia limpa. O foco foi na produção de minerais estratégicos essenciais para baterias, painéis solares e veículos elétricos, mas com ênfase em práticas responsáveis para evitar que a "mineração verde" perpetue desigualdades.

1. Minerais Críticos na Transição para Energias Renováveis

Um dos temas centrais foi a dependência global de minerais como lítio, níquel e cobre para a transição energética. Representantes brasileiros, incluindo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), apresentaram cinco compromissos setoriais conectados à agenda climática: adoção de energia renovável em operações, promoção de "natureza positiva" (restauração de ecossistemas), eficiência hídrica, redução de emissões e transparência em relatórios. CEOs de mineradoras como Vale e Hydro defenderam a exploração sustentável desses recursos, inspirados em campanhas como "mineração é top", para contrabalançar críticas ambientais. No entanto, ativistas civis pressionaram por "zonas de não-mineração" em áreas sensíveis, como territórios indígenas e florestas, argumentando que a extração acelera a perda de biodiversidade na Amazônia.

2. Gestão de Água e Segurança Ambiental

Os desafios hídricos dominaram os debates, especialmente no contexto amazônico. Um estudo da EY, apresentado na COP, destacou a necessidade de reduzir captações de água em até 30% nas operações minerárias e melhorar a eficiência em regiões de escassez. Painéis discutiram inovações como recirculação de água e monitoramento em tempo real, mas também os riscos de desastres, como rompimentos de barragens — um trauma fresco no Brasil após Brumadinho. A integração da mineração à agenda de adaptação climática enfatizou a resiliência de bacias hidrográficas, com chamadas para governança global que inclua comunidades locais na tomada de decisões.

3. Direitos Indígenas e Governança Inclusiva

Pela primeira vez, minerais entraram nas negociações formais da COP, com um documento preliminar guiando consensos sobre seu papel na transição climática. Temas como o direito à consulta prévia e a proteção de povos isolados ganharam tração, com rodadas de discussão sobre "racismo territorial" e impactos sociais da mineração. Organizações como o World Resources Institute (WRI) defenderam planos nacionais ambiciosos que incorporem transparência via MRV (medição, relatório e verificação), garantindo que benefícios econômicos cheguem a nações em desenvolvimento. No Brasil, o setor mineral amazônico buscou projetar uma imagem sustentável, mas enfrentou críticas por "falsas soluções climáticas" que mascaram expansão predatória.

Esses debates resultaram em compromissos preliminares para um "novo modelo de mineração" que salvaguarde pessoas e planeta, embora especialistas notem que avanços concretos dependam de financiamentos climáticos robustos.

G20: Cadeias de Suprimento e Beneficiamento Local para a Igualdade Global

O G20 de 2025, sob o lema "Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade", foi o primeiro presidido por uma nação africana, transformando Joanesburgo em epicentro de discussões sobre minerais críticos. Com a África fornecendo 30% dos minerais globais, o foco foi em reequilibrar cadeias de suprimento, promovendo beneficiamento local para evitar que o continente permaneça como mero exportador de matérias-primas brutas.

1. Governança e Proteção do Fornecimento de Minerais Estratégicos

Minerais críticos foram um dos pilares da declaração final dos líderes, com apelos para proteger suprimentos indispensáveis à transição energética. A iniciativa chinesa para uma nova cadeia global de terras raras ganhou apoio brasileiro, enfatizando diversificação e segurança contra dependências geopolíticas — como tensões EUA-China. O Brasil, representado por Lula, defendeu o beneficiamento local, argumentando que países produtores devem capturar valor agregado para fomentar desenvolvimento econômico. Apesar do boicote dos EUA sob Trump, o consenso avançou em investimentos para exploração mineral, com metas para desbloquear US$ 100 bilhões anuais em financiamento sustentável.

2. Beneficiamento Local e Desenvolvimento Inclusivo

Um avanço notável foi o compromisso com o "beneficiamento na fonte", priorizando processamento em países africanos para gerar empregos e receitas. A África do Sul, como anfitriã, posicionou-se como potência mineral, integrando o tema à agenda de sustentabilidade da dívida — muitos produtores enfrentam endividamento por exportações de baixo valor. Painéis discutiram como o G20 pode moldar governança global, com ênfase em transparência e equidade, evitando que a corrida por minerais perpetue desigualdades Norte-Sul. O Brasil alinhou-se a essa visão, promovendo parcerias Sul-Sul para taxação progressiva e alívio de dívidas ligadas a commodities.

3. Sustentabilidade e Resposta a Desastres

Ligado aos temas de solidariedade, o G20 abordou a mineração como ferramenta para resiliência climática, incluindo fortalecimento de respostas a desastres em regiões mineradoras. A presidência sul-africana destacou a necessidade de investimentos verdes que integrem igualdade de gênero e inclusão de comunidades, com chamadas para uma "presidência para toda a África". Apesar divergências — como a ausência americana —, a declaração conjunta aprovada reforça a sustentabilidade como pilar, com metas para reduzir emissões no setor extrativo e promover inovação tecnológica acessível.

Conexões e Perspectivas Futuras: Uma Mineração para o Século XXI?

Tanto na COP30 quanto no G20, a mineração foi retratada não como vilã, mas como peça essencial — e desafiadora — da pauta climática. Temas comuns, como minerais críticos e governança sustentável, revelam sinergias: a COP enfatizou impactos ambientais e sociais, enquanto o G20 focou em economia e equidade. No entanto, contradições persistem: promessas de transparência colidem com pressões por expansão rápida, e financiamentos ainda são insuficientes para nações em desenvolvimento.

Olhando adiante, esses fóruns pavimentam o caminho para 2026, com o Brasil influenciando ambos como anfitrião da COP e membro ativo do G20. A chave será traduzir debates em ações: zonas protegidas na Amazônia, beneficiamento africano e MRV global. Se bem-sucedidos, esses esforços podem transformar a mineração em motor de justiça climática; caso contrário, arriscam aprofundar fissuras geopolíticas. Em um mundo aquecido, a extração responsável não é opção — é imperativo.


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