O mês de outubro de 2025 tem sido marcado por avanços significativos no setor mineral, tanto no Brasil quanto globalmente. Com foco em minerais críticos para a transição energética, sustentabilidade e desafios econômicos, o setor continua a atrair atenção de governos, investidores e organizações internacionais. Abaixo, compilamos as principais notícias, divididas por região, com base em eventos e relatórios recentes até 19 de outubro.
No Brasil: Foco em Governança, Sustentabilidade e Desafios Orçamentários
O governo brasileiro tem priorizado o desenvolvimento do setor mineral, alinhando-o à transição para uma economia verde. Em 15 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva instalou o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), um colegiado que assessora o governo em estratégias para minerais críticos e terras raras. Na primeira reunião, o conselho aprovou as prioridades da Política Mineral Brasileira, visando impulsionar uma mineração mais sustentável e alinhada à legislação ambiental. Essa iniciativa marca o início de um novo ciclo para o setor, com governança voltada ao desenvolvimento sustentável, incluindo incentivos para investimentos em minerais essenciais para tecnologias limpas.
O Ministério de Minas e Energia, liderado por Alexandre Silveira, reativou o conselho em meio ao interesse internacional, como dos Estados Unidos, por minerais críticos brasileiros. Além disso, o governo propõe incentivos fiscais e financiamentos para o setor, baseados em diagnósticos do setor privado que destacam a mineração como atividade de alto custo. No entanto, há desafios: a política de minerais críticos ainda não tem consenso entre o governo e o Congresso, com Silveira buscando um "equilíbrio" para avançar.
Outro ponto crítico é a suspensão de novos processos minerários pela Agência Nacional de Mineração (ANM), anunciada devido à insuficiência orçamentária. Essa medida impacta diretamente a entrada de novos projetos, destacando a necessidade de mais recursos para o órgão regulador.
Empresas como Alunorte e Albras, da Hydro, celebraram 30 e 40 anos de operações na Amazônia, reforçando o papel do alumínio no setor mineral brasileiro. Esses eventos sublinham o potencial do Brasil como fornecedor global de minerais estratégicos, conforme relatório da PwC, que prevê o país emergindo como um player chave no mercado internacional.
No Mundo: Transição Energética, Volatilidade em Ouro e Investimentos Governamentais
Globalmente, o setor mineral enfrenta uma transformação impulsionada pela demanda por minerais de transição energética, como lítio, cobalto e níquel. Em 9 de outubro, a ONU lançou um relatório pedindo reformas no financiamento e governança da exploração mineral para garantir maior sustentabilidade e equidade. O documento enfatiza a necessidade de regulação para mitigar impactos ambientais e sociais, especialmente em meio ao aumento da demanda por minerais críticos.
No mercado de ouro, ações de mineradoras recuaram após ganhos recordes em 2025, com correções após um rali que superou o desempenho do metal em si. Analistas preveem uma perspectiva positiva de longo prazo, com o ouro mirando US$ 5.000 por onça até 2026, impulsionado por tremores econômicos globais que desencadearam uma "corrida do ouro" histórica. O preço do ouro ultrapassou US$ 4.300 por onça, refletindo a busca por ativos seguros em tempos de incerteza.
A complexidade tecnológica está adicionando pressões em fusões e aquisições (M&A) no setor, com o mercado de mineração projetado para superar os US$ 100 bilhões em atividades em 2025. Nos Estados Unidos, a equidade governamental em mineradoras está se tornando norma, sinalizando maior intervenção estatal para garantir suprimentos de minerais estratégicos.
Outras notícias incluem avanços em projetos de lítio, como o sucesso da Venari Minerals em upgrades no Projeto Red Mountain, Nevada, destacando inovações científicas no setor. Eventos como o FT Metals & Mining Summit e o Saudi Day na LME Week 2025 em Londres enfatizaram o potencial da Arábia Saudita, com US$ 2,5 trilhões em riqueza mineral, e reformas para atrair investimentos.
Na Nigéria, o setor mineral cresceu 4,61% no segundo trimestre de 2025, contribuindo 1,8% para o PIB, graças a reformas regulatórias. No Canadá, mulheres assumem papéis de liderança em mineração, promovendo inclusão indígena.
Perspectivas Futuras
O setor mineral em outubro de 2025 reflete um equilíbrio entre oportunidades e desafios. No Brasil, o foco em minerais críticos pode posicionar o país como líder global, mas questões orçamentárias e consensos políticos precisam ser resolvidas. Mundialmente, a transição energética impulsiona investimentos, mas volatilidade em commodities como ouro e complexidades em M&A demandam cautela. Com eventos como o PDAC 2026 no horizonte, o setor continua em evolução.

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